Nosso legado como protestantes
Manifestações que começaram há 24 dias por todo País, tem levado milhares de pessoas as ruas para protestar, estas mobilizações populares já mostra mudanças não só na sociedade, na classe politica, mas também na Igreja, onde começamos a contemplar claramente a posição dos que dizem ser discípulos de Jesus, pois não estamos vendo o envolvimento da igreja nos protestos, não estamos ouvindo nos muitos programas destes que se dizem discípulo apoio a esta luta que é totalmente legal, ao longo da história a igreja tem mudado de lado e tem ficado do lado do mais forte, do vencedor, dos poderosos, os protestos falam de corrupção, e a igreja deveria está protestando com povo, já que ela deveria ter sede de justiça, quando nos calamos até as pedras clamam!
Dizer é uma coisa e ser é outra totalmente diferente, Jesus sempre se manteve do lado dos oprimidos e desamparados, sempre lutou pelo pobre e deixou este legado para sua Igreja, fazer a Missio Dei, mas estes que eu falo também são corruptos tanto quanto nossos políticos e até piores porque estão deturpando a palavra de Deus para seu favorecimento e se escondem por traz da santa Igreja do senhor Jesus Cristo, apenas fazem a sua missão e também precisamos denunciar.
No contexto do levante social contra a corrupção e outras mazelas sociais, o pastor Ricardo Gondim publicou em seu site um artigo que trata das questões reclamadas por manifestantes, e a falta de envolvimento na causa por parte das igrejas evangélicas e seus pastores.
Gondim diz que “em plena ebulição de manifestantes lotando centenas de cidades pelo Brasil a fora, uma breve visita aos programas evangélicos revela não apenas a desconexão das principais igrejas-empresas, como a alienação que elas submetem seus fieis”.
Para o pastor da Igreja Betesda, em São Paulo, “dificilmente qualquer um dos famosos televangelistas se aventurariam nas ruas durante os protestos”, pois a sociedade criou uma imagem pouco amigável desses pastores. “Nenhum deles marcharia ao lado daqueles primeiros manifestantes. Chego a pensar no pior. Se rasgaram bandeiras de partidos, imagine o que fariam aos mais audazes televangelistas – os que vivem de dedo em riste. Se já aconteceram relatos de discriminação contra pastores ao preencherem cadastro de crediário ou quando alugam casas e fazem o check in em hotel, numa passeata em que xingam tudo e todos, os pastores seriam linchados”, escreveu Ricardo Gondim.
Considerado polêmico devido a seus posicionamentos pouco ortodoxos em relação à postura dos demais pastores, Ricardo Gondim alerta que a Igreja precisa estar ciente do que acontece ao seu redor.
“Líderes evangélicos precisam acordar: o tempo reclama por mais do que mera retórica. Na inquietação popular, evidenciou-se a penúria dos sermões – o conteúdo dos púlpitos não vai além de chavões surrados, reciclados e esvaziados por excessivo uso”, lamentou, complementando que a mensagem bíblica e/ou a conduta cristã não livra fiéis das dificuldades que assolam aos outros brasileiros:
“Como o evangelho não doura a pílula existencial, os pastores não podem ter a pretensão de que, em tese, os fieis, literalmente, andam sobre as águas, seguram serpentes sem serem picados e bebem veneno. Os cristãos também sofrem em ônibus lotados, também esperam semanas por vaga em hospital público e também sobrevivem com subsalários”.
Ricardo Gondim convoca um maior protagonismo dos cristãos na sociedade a fim de uma melhoria que urge: “Tornou-se inadiável o diálogo entre a igreja e os diferentes setores que reivindicam mudança radical. Ficou claro: o problema da corrupção, pobreza crônica e injustiça social extrapolam pessoas e partidos políticos”, pontuou. O texto do pastor conclui dizendo que “o Brasil ferveu e os pastores pediram aos crentes que orassem”. Gondim lamenta a opção feita por aqueles que não apoiam a luta popular por um país menos desigual: “Pobres líderes. Esqueceram da resposta de JHVH a Moisés diante do Mar Vermelho: Por que orar nesta hora? Manda o povo que marche. Infelizmente, poucos pastores têm coragem de serem os primeiros a colocar o pé nas águas tumultuadas de um oceano de incertezas. Mais uma vez grandes segmentos da comunidade evangélica perderam o kairós da história e de Deus. Repito: infelizmente”.
Diante de tudo isso, neste momento grandioso que nosso querido Brasil vive, a palavra de Deus nos conduz a vivermos a palavra e sermos realmente Sal e Luz da terra, já que não fomos nós que começamos a falar contra a corrupção que assola nosso país, então que tenhamos a humildade de pelo menos apoiar saindo às ruas, ajudando a esclarecer as pessoas sobre tudo quanto for corrupção seja ela política ou religiosa.
Reafirmo meu apoio e incentivo a toda e qualquer manifestação, desde que seja pacífica e ordeira, repudio toda depredação a patrimônio público ou particular, como também qualquer tipo de violência, e esclareço que os atos de vandalismos que tem acontecido nas manifestações não são feita pelos manifestantes e sim por pessoas que se infiltram no meio do povo para denegrir um movimento legal que expressa o clamor de pessoas honestas e trabalhadoras que apenas cansou das muitas formas de opressão.
A Aliança Cristã Evangélica Brasileira publicou no último dia (19) em seu site uma espécie de “carta aberta” onde fala sobre as manifestações que ocorrem em todo o país. Dizendo-se estar “sob o impacto dos últimos acontecimentos em nossa nação”, afirma que o movimento nacional “traz a todos um sentimento de perplexidade e um chamado à reflexão”. A Aliança acredita que está “claro e evidente o descontentamento e o desejo por mudanças profundas e concretas” na sociedade, no final as palavras O pastor Carlos Queiroz da Igreja de Cristo em Fortaleza, membro da Aliança Evangélica conhecido por seu trabalho social no nordeste do Brasil há anos disse em uma cata aberta: “A justiça de Deus é bem maior que o conceito de justiça do ser humano. É baseada em valores como mansidão, sensibilidade, misericórdia e amor. Mas isso não quer dizer que a justiça de Deus é menor do que o mínimo exigido pela justiça humana, como o direito à habitação, alimentação, saúde, educação, lazer, liberdade de exercer a vocação humana.”
Que Deus te Abençoe e te faça refletir e que te conduza a se posicionar do lado dos que sofrem, dos humilhado e explorado.
Pr. Moisés Santos